sábado, 18 de maio de 2013

colete salva-vidas precisa-se

Hoje apetece-me escrever sobre algo que está no pensamento de todas as pessoas, de todos os portugueses ou grande parte deles. Emigrar.
Estudamos, terminamos cursos, tentamos seguir o nosso sonho. Tentamos fazer aquilo que gostamos. Mas vivemos num país que não nos deixa. Vivemos num país que não nos deixa crescer. Não quer que sigamos os nossos sonhos. Não quer que lutemos. Vivemos num país que nos afunda e não nos dá sequer um colete salva-vidas para que nos possamos salvar. Estamos naufragados num país que parece que desistiu. Desistiu dos jovens, dos adultos e dos idosos. Desistiu de formar emprego. Desistiu da obrigação de cuidar  dos idosos. Vivemos num país que outrora foi a árvore mais bonita da europa e do mundo mas, agora, não passa de uma semente podre que ninguém quer plantar. Eu vivo nesse país chamado Portugal. Eu estudo como os jovens que querem lutar por um futuro melhor. Eu estou a estudar o que quero. Mas o meu país não me vai deixar seguir o que quero. O que vou ser quando acabar o curso? Uma jovem, licenciada, à procura de emprego onde as portas se irão fechar à medida que bata nelas. E o que vai acontecer? Emigrar. Emigrar, aquela palavra que para uns, inclusivé para mim, não fazia parte do dicionário começa a fazer sentido. Tentar encontrar um rumo noutro país que me ofereça um colete salva-vidas para não me deixar afundar. Para um país que acredite nos jovens. Para um país que não goze com os cidadãos. Porque é dificil todos os dia ver e ouvir testemunhos de vidas que outrora eram quase perfeitas e agora são miseráveis. O nosso país está a deixar que famílias se separem. Que os filhos cresçam sem um dos pais porque um deles, pelo menos, teve de emigrar. Que os avós envelheçam sozinhos porque os filhos tiveram de emigrar. Que os idosos morram sozinhos e que as crianças cresçam sozinhas. Este é o nosso país que está a ficar inundado e não oferece nenhum apoio para que possamos tentar salvarnos do afogamento que está cada vez mais próximo.
eduardaalves

segunda-feira, 13 de maio de 2013

ela

Sentou-se no banco do jardim e começou a soluçar. naquele momento via tudo turvo. a vida dela estava turva. Os sonhos dela estavam mais longe do que ela pensava. Mas que sonhos? Pensava ela entre as lágrimas que lhe escorriam pelos olhos. Ela tinha a vida que qualquer pessoa queria ter. Ela sabia disso. Mas ao mesmo tempo sabiaque não podia ser tudo perfeito. Ela estava cansada. Cansada de ter gente preguiçosa à sua volta. Gente que lhe empurrava o trabalho. Gente que não queria saber de nada. Gente que a prejudicava mesmo sendo ela a fazer sempre os trabalhos que lhes cabia a elas. Sentada no banco do jardim ela pensava em mandar tudo para o ar. Pensava em sair, sair daquela vida que tinha escolhido. Mas ela sabia que não podia. Ela estava a seguir o sonho dela e não podia desistir de nada por causa de pessoas preguiçosas.
Quando a brisa do vento lhe soprou na cara ela sabia que aquilo era um sinal. Um sinal que estava no caminho certo. Um sinal de que ia conseguir mesmo que tivesse o dobro do trabalho que os outros. Mesmo que demorasse mais tempo que os outros. Limpou as lágrimas. Olhou para o céu e pediu "Deus, ajuda-me a superar todos os obstáculos que se estão a colocar à minha frente. Se o que estou a passar é uma espécie de prova eu já provei que sou merecedora. Ajuda-me". Depois levantou-se e foi embora tendo a certeza que iria superar tudo o que lhe fosse posto à frente para superar.