segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"É por isso que os seres humanos existem, para salvar uns aos outros de si mesmos”


Olhos. Boca. Sorriso. O cabelo emaranhado quando acaba de acordar. O mau-humor do bom-dia. O abraço apertado. O ombro amigo além do ombro de namorado. Ela apaixonou-se por ele há algum tempo atrás. O ar de ‘mauzão’ fez com que ela tivesse curiosidade de o conhecer. Conheceu-o e desde esse momento ela sabia que foi o melhor que poderia ter feito. O dia em que eles se beijaram pela primeira vez continua na memória dela. O sabor do beijo. A calma da água do rio. O calor daquela noite de verão. O cheiro à terra molhada vinda das margens do rio. Tudo continua na memória dela. Apaixonou-se desde a primeira vez que o viu. Mas amou-o no momento em que se beijaram. Amou-o como nunca amou ninguém. Amou-o por completo. Corpo e Alma. Interior e Exterior. Naquele momento ela soube que ele era dela. De mãos dadas. Com os dedos entrelaçados uns nos outros. Como se de duas correntes se tratassem. Prendem-se um ao outro. Sorriem um para o outro em qualquer lugar que passem. Imaginam-se, num futuro cada vez mais próximo, a comprarem roupas em lojas de bebés. Roupas iguais. Ele diz que quer gémeos. Ela diz que quer trigémeos. E riem-se um do outro com as barbaridades que lhes saem pela boca.  As pessoas que passam por eles olham-nos com olhos sorridentes. Vêem que eles se amam de verdade. Vêem que são um casal diferente dos outros. Que não se vão separar por uma picuísse qualquer mas, se um dia se tiverem de separar, irá ser por algo muito grave. Algo que nenhum deles esteja há espera. Ele sonha com o dia de a ver vestida de branco e ela sonha com o dia de percorrer o caminho da igreja a caminho do altar onde, ele estará à sua espera com aquele sorriso que lhe faz tremer as pernas.  Ela sabe que foi salva por ele no dia em que o conheceu. Dezanove de Agosto de 2011, há precisamente 2 anos, ele salvou-a do abismo porque: "é por isso que os seres humanos existem, para salvar uns aos outros de si mesmos.” Ele salvou-me naquela noite de verão. Naquele primeiro beijo. Sozinhos. Junto ao rio.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um clique aqui, um clique acolá

Observar. Focar. Clicar. É o momento em que observamos um objecto, o momento em que queremos eternizar as coisas tal e qual como elas estão. A sensibilidade. O cuidado de manter o diafragma mais aberto ou mais fechado. O cuidado com o tempo de exposição. O parar da respiração no momento de fotografar para que a imagem fique nítida. Mil e uma coisas a ter em conta mas apenas um objectivo: eternizar momentos. A fotografia tem destas coisas. Uns amam e outros odeiam. Quer dizer, será que alguém odeia a fotografia. Atrevo-me a dizer que não. Todos, de uma maneira ou de outra, gostam de fotografar. Gostam de recordar momentos. Gostam de relembrar o passado que já passou. Além de momentos relembram pessoas que já foram levadas pelo fantasma da morte. Quem nunca tocou numa fotografia? Quem nunca passou os dedos pelo papel, já muitas vezes amarelecido pelo tempo, com as lágrimas a quererem escapar dos olhos? Digam o que disserem mas, a fotografia tem algo de mágico. Um clique aqui, um clique acolá. Mais luz aqui, menos luz acolá. Ora mais focado de um lado ora desfocado de outro.
O momento de pegar na máquina (muitas vezes cuidada como se fosse a nossa própria vida) é o momento em que saímos deste mundo de todos. Do mundo que todos conhecem e entramos no nosso próprio mundo. Abstraímo-nos de tudo que é de todos. Os nossos pensamentos são todos voltados para aquele momento. Para o momento do clique mágico. Podemos passar horas a fotografar e nunca gostar do resultado obtido. Podemos passar horas a fazer edições mas, nunca nos cansamos.
E hoje é o dia mundial desta arte: Fotografia.
1000 vezes F O T O G R A F I A.
Mais que uma paixão.
Observar. Focar. Clicar. Eternizar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dinamite



Ela está coberta de combustível. Coberta de combustível e acompanhada de uma dinamite junto ao coração. O rastilho está espalhado pela sala. Pronto para que lhe cheguem fogo. Pronto a incendiar e provocar os últimos segundos de alegria dela antes de tudo acabar. A alma dela implora para que a incendeiem. Os olhos dela transmitem alegria. Felicidade. Ódio. Raiva. Excitação. Mil e um sentimentos. Ela quer que lhe cheguem fogo. Quer que alguém segure no isqueiro e o deixe cair como se por acaso. O corpo dela está em estado de excitação. Ela excita-se só em pensar na adrenalina de explodir. O cheiro a combustível vindo do corpo dela entranhasse-lhe no corpo. No cérebro. Ela sabe que a qualquer momento alguém vai deixar cair um isqueiro ou uma pirisca do cigarro por acaso, como sem querer. E sorri. Sorri como se tivesse prestes a realizar o seu sonho. O rastilho começa a arder. Uma última gargalhada. Um último suspiro e tudo acaba.