sexta-feira, 30 de julho de 2010

''Se pudesse matava o bicho a rir''

(1954-2010)
Soube de manhã desta noticia quando entrei na internet e me deparei com um e-mail da blitz a dizer que este grande senhor tinha falecido. Fiquei e ainda estou em choque e acho que ficarei assim por muito tempo. Parece impossivel, este senhor, é daquelas pessoas que pensamos que nunca nos vai deixar fisicamente. A luta pelo cancro, a coragem e a força de vontade que ele tinha para tentar vencer o ''bicho'', fazia com que pensa-se que ele ia conseguir.

Foram inumeras as gargalhadas que eu e os meus pais demos em frente à televisão ao ver este senhor. Ele não fazia humor ele era o humor. Mas o que mais me irei lembrar é sem dúvida a sua força de vontade.

Uma coisa tenho a certeza, a coragem dele, fez com que muitas pessoas, independendo do tipo de doença que tinham, lutassem mais, tivessem mais vontade de ser como o António e tentar vencer. Infelizmento o ''Tony'' não conseguiu vencer o bicho mas tenho a certeza que muitas pessoas o vão conseguir derrotar.

Descansa em paz António e todas as pessoas que morrem com esta doença. E as outras que diariamente lutam contra este bicho tenham a coragem e a força para o derrotar.

''SE PUDESSE MATAVA O BICHO A RIR'' infelizmente não conseguiu, mas tenho a certeza que muitas pessoas o vão conseguir!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Repetição

NÃO AUTO BIOGRÁFICO
Piso as folhas da calçada, o som acalma-me a alma. Para trás deixo tudo o que construímos, desisto (?), não, encho-me de coragem e sigo em frente. Desta vez não vou olhar para trás, não vou deixar que a minha mente traga, novamente, todos os momentos que passamos juntos e, reconsiderar. Desta vez não.
Hoje vejo que a história que, um dia, prometemos construir chegou ao fim, não porque quisemos, mas, porque, simplesmente, não haviam mais palavras para a escrever. A compreensão acabou. Não digo que a culpa seja tua porque eu, eu também tive parte dela. Não vou dizer que não foi bonito o que tivemos juntos, porque foi maravilhoso. Pelo menos, para um de nós.
Sabes? Tenho de seguir o meu caminho e tu o teu. Não podemos insistir numa história que já acabou à muito, chegamos ao fim. Por mais que tentemos recomeçar tudo de novo, o livro vai ser sempre igual e, o capítulo final vai repetir-se e aí, aí vamos discutir de novo, vamos dizer coisas que não sentimos e vamos sofrer mais os dois, porque ambos sabíamos, desde o inicio, que tudo ia acabar como antes, mas mesmo assim insistimos e tentamos sabendo que nada se iria alterar.
Hoje, ao pisar as folhas da calçada, vejo que só tivemos uma estação. E o inverno foi a estação que sempre nos acompanhou, porque tínhamos mais dias de chuva a caminhar connosco e a darnos as mãos, do que dias de sol.
E assim, a história era sempre a mesma, e o final de cada capitulo inalterado.

sábado, 26 de junho de 2010

Despertar

« O tempo passa. Mesmo quando tal parece impossivel. Mesmo quando cada tiquetaque do ponteiro dos segundos dói com o palpitar do sangue sob a ferida. Passa de forma irregular, em estranhos avanços e pausas que se arrastam. Mas, lá passar, passa. Até para mim.»

Excerto retirado do livro ''Lua Nova'' de Stephenie Meyer, saga ''luz e escuridão''

sábado, 19 de junho de 2010

O polvo

Ela, ela é uma mulher como tantas outras neste mundo tenebroso, onde existe sempre um polvo que com os seus tentáculos tentam agarrar tudo o que os outros possuem. Inveja, chama-se a isso inveja meus senhores e minhas senhoras. Mas, voltando a ela, ela foi vitima de um dos tentáculos desse polvo, quer dizer, ela deve ter sido vitima por todos os tentáculos do polvo.
Ela era feliz, tinha tudo o que precisava e, ironicamente ou não, tinha também encontrado o homem que a fazia feliz, tinha encontrado um amor que ela desconhecia, tinha escutado a voz que a chamava de mansinho durante as tantas e tantas noites em que ela, sem dar por isso, pensava nele. O amor por ele, não nasceu do dia para a noite, como muitos pensaram, antes pelo contrário, o seu subconsciente, tentava sempre dar-lhe sinais de que ela era apaixonada por ele, mas ela, estúpida não queria dar ouvidos ao seu subconsciente. Para ela, tudo não passavam de brincadeiras. Porém, numa noite, numa única noite, quando ela saiu com ele, ela viu que o seu subconsciente estava correcto, o coração dela batia velozmente, parecendo que queria saltar do seu peito para que este fosse ocupado pelo coração dele. E foi, durante algum tempo, ela teve o coração ou um pedacinho do coração dele, e ela ofereceu por completo o seu coração a ele.
Foi aqui que o polvo, que o/os tentáculo(s) do polvo entraram em acção. O que parecia um amor de verdade, transformou-se num amor fictício, num amor onde a palavra tristeza, onde a palavra mentira, entraram em acção. Porém ela não queria, por nada deste mundo, deixar de lutar, e corria, corria atrás das respostas para o que estava a acontecer, mas o que encontrava eram ainda mais perguntas. Ninguém a conseguia compreender, toda a gente dizia para ela desistir, até que ela, finalmente encontrou novamente o orgulho perdido e desistiu. Desistiu dele e… dela.
Ela agora, vive a ser feliz, quer dizer, tentando ser feliz. Porque quem tem a vida escrita num Pretérito Imperfeito nunca é feliz. Num pretérito imperfeito porque a vida passada dela está constituída apenas por verbos não de pretérito perfeito, mas de pretérito imperfeito.
O coração dela nunca chegou a voltar para o peito dela, no lugar dele, está um buraco profundo, onde a ferida não cicatriza porque sempre que ela pensa nele, o sangue jorra sob a ferida, deixando assim marcas profundas de tristeza e tormento.
E o polvo, esse continua a torturá-la com os tentáculos, porque mesmo sendo uma mulher incompleta, ainda existem pessoas a querer possuir tudo o que ainda lhe resta.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago 1922-20010





"Então ela, a morte, levantou-se, abriu a bolsa que tinha deixado na sala e retirou a carta de cor violeta. Olhou em redor como se estivesse à procura de um lugar onde a pudesse deixar, sobre o piano, metida entre as cordas do violoncelo, ou então no próprio quarto, debaixo da almofada em que a cabeça do homem descansava. Não o fez. Saiu para a cozinha, acendeu um fósforo, um fósforo humilde, ela que poderia desfazer o papel com o olhar, reduzi-lo a uma impalpável poeira, ela que poderia pegar-lhe fogo só com o contacto dos dedos, e era um simples fósforo, o fósforo comum, o fósforo de todos os dias, que fazia arder a carta da morte, essa que só a morte podia destruir. Não ficaram cinzas. A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu." Em: As Intermitências da Morte


E a literatura ficou, assim, mais pobres! Portugal, apesar de tudo, ficou mais pobre...

terça-feira, 15 de junho de 2010

O amor não tira férias

''Eu descobri que quase tudo que já escreveram sobre o Amor é verdade. Shakespeare disse: encontro de Amor é coisa finda. Ai que idéia fabulosa. Eu nunca vivenciei uma coisa remotamente parecida, embora acredite que Shakespeare possa ter feito isso. Eu acho que eu penso no amor mais do que qualquer um deveria. Fico sempre perplexa com o seu enorme poder de modificar e definir nossas vidas e foi Shakespeare quem disse - O amor é cego. Isso é uma coisa da qual eu tenho certeza.Para alguns de maneira inexplicável o amor começa a murchar, para outros o amor simplesmente se perde, por outro lado, claro, o amor também pode ser encontrado mesmo que apenas por uma noite. E há também outro tipo de amor, o tipo mais cruel aquele que quase mata suas vítimas, ele se chama - Amor não correspondido, eu sou especialista nele.A maioria das histórias de amor é sobre pessoas que se apaixonam umas pelas outras, mas e o restante de nós? As nossas histórias? Nós que nos apaixonamos sozinhos, somos vítimas de uma relação de mão única, somos a maldição dos apaixonados, somos os não amados, os deficientes sem direito a uma vaga exclusiva"

"O amor não tira férias", excerto inicial

sábado, 12 de junho de 2010

Consciência 1

« Depois diz que não foste avisada, qual a parte que não entendes que tens de o esquecer? Qual é a parte que não entendes que tudo o que passaram não passam de construções mal construidas que só levou metade do material do que devia? Sim, metade do material, porque tu eras a única que queria que desse certo, eras tu que depois de muitos projectos feitos por ti antes de adormeceres, depois de muita dor de cabeça a desenhar o projecto, querias que aquilo, a que chamavam relação, fosse construída! Eras tu o único arquitecto ao invés de serem os dois, eras tu que querias compreender o que se passava para que a construção não fosse para a frente, não ele. Lembras-te perfeitamente que ele fugia sempre que perguntavas o que se estava a passar com o vosso projecto que devia ser construído em conjunto!
Lembra-te, quem avisa teu amigo é, e eu sou tua amiga e conheço-te melhor que ninguém, nunca mais vais poder construir uma relação com ele, nunca mais vais poder arquitectar projectos com ele.
Parte para outra, ouve o que eu te digo, só assim serás feliz. E por favor, pára, pára de, todas as noites, antes de adormeceres, quereres enviar-lhe uma sms. Pára de te magoar a ti própria, pára de espetares sempre uma faca no teu próprio coração, porque não podes sonhar de novo, porque quanto mais andaimes subires, maior vai ser a tua própria queda. Pára de ser burra, estúpida e parva, ao pensar que a construção se pode reerguer.
E, lembra-te, conheço-te melhor que ninguém»

A minha consciência

domingo, 9 de maio de 2010

Ele e Ela

-Amo-te – disse ele no meio de uma conversa. Ela sem dar por nada, deixou que um sorriso tímido nascesse dos seus lábios, ela sabia que ele era o grande amor da vida dela, porém não o queria admitir, com medo de sofrer mais uma vez. Baixinho e timidamente, disse para ela que o amava incondicionalmente. E sem saber o porquê, sem saber de onde veio a coragem, de onde nasceu a força, respondeu-lhe com um ‘’amo-te’’.
Ela estava feliz, como já há muito não se lembrava. Sorria por tudo e por nada, ansiava a cada momento tê-lo nos seus braços. Acreditava nele, acreditava em tudo o que ele dizia, acreditava nas palavras bonitas que ele escrevia antes de ela ir dormir. Ela adormecia feliz, com o sorriso tímido nos lábios, escondia-se debaixo dos cobertores, como uma criança que tinha feito alguma asneira, para as pessoas à sua volta não descobrirem que ela estava loucamente apaixonada.
Passavam horas a conversar e, no meio de tantas mensagens, no meio de tantas palavras, de tantas letras, ele dizia que ela era o melhor que lhe tinha acontecido, dizia que ela era perfeita, que a desejava como jamais desejara alguém, mas acima de tudo, ele prometera que nunca a ia magoar, que nunca ia deixar que ninguém a tira-se dele. E ela, inocentemente acreditava, mais uma vez...
Um dia sem ela saber porquê, ele afastou-se, ignorou-a, começou a trata-la como uma estranha, como uma pessoa banal, como se nada tivesse acontecido entre eles. O mundo dela começara a desmoronar, ela sofria escondidamente, sofria mais do que uma criança que não podia ter o brinquedo que queria. O sorriso tímido que ela deixara crescer nos lábios, quando ele disse que a amava, desapareceu, tendo-se transformado numa expressão dura e triste. E ele, ele continuava a sorrir, continuava feliz, apercebendo-se do mal que lhe tinha feito. Aí ela apercebeu-se que tudo o que ele lhe dissera, tudo o que ele lhe prometera não passava de palavras mentirosas. Sim, eram tudo palavras mentirosas, tudo o que ela tinha acreditado, tudo o que ele tinha dito, tudo o que ele tinha prometido, não passava de teatro, não passava de ilusões.
Agora a menina apaixonada do sorriso tímido que se escondia debaixo dos cobertores para que ninguém a encontrasse, continua a amá-lo incondicionalmente, mesmo sabendo que foi trocada, como uma camisa que já não se gosta. E quanto o vê, continua a sofrer em silêncio, com o coração a bater forte, ansiando, novamente pelo seu toque, pelo seu beijo e dizendo para ela ''volta para mim, porque, apesar de tudo continuo a amar-te''!

terça-feira, 2 de março de 2010

Jeff Buckley - Lover, you should've come over

Looking out the door I see the rain fall upon the funeral mourners
Parading in a wake of sad relations as their shoes fill up with water
And maybe I'm too young
To keep good love from going wrong
But tonight you're on my mind so (you'll never know)

I'm broken down and hungry for your love
With no way to feed it
Where are you tonight? Child, you know how much I need it
Too young to hold on and too old to just break free and run

Sometimes a man gets carried away
When he feels like he should be having his fun
And much too blind to see the damage he's done
Sometimes a man must awake to find that, really,
He has no one...

So I'll wait for you... And I'll burn
Will I ever see your sweet return, oh, or will I ever learn
Lover, you should've come over
Cause it's not too late

Lonely is the room the bed is made
The open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one who dreams he had you withhim
My body turns and yearns for a sleep that won't ever come

It's never over, my kingdom for a kiss upon her shoulder
It's never over, all my riches for her smiles when I sleep so soft against her...
It's never over, all my blood for the sweetness of her laughter
It's never over, she is the tear that hangs inside my soulforever

Maybe I'm just too young to keep good love from going wrong
Oh... Lover, you should've come over...
'Cause it's not too late...

Well I feel too young to hold on
And I'm much too old to break free and run
Too deaf, dumb, and blind to see the damage I've done
Sweet lover, you should've come over
Oh, love well I'm waiting for you

Lover, you should've come over

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010