terça-feira, 15 de outubro de 2013

bebedeiras, borracheiras e afins. (opinião)

Bebedeiras. Uma palavra que parece estar na moda no século XX. Uma palavra que parece que quem não gosta de ficar podre é um anti-social. Pergunto, desde quando é que ficar bebedo é sinónimo de ser uma pessoa social? Oh espera. Eles ficam loucos. Elas ficam loucas. Conversas. Desconhecidos que passam a melhores amigos. Sexo com pessoas que nunca viram na vida. E depois no dia a seguir não se lembram. Não estou a exagerar. É verdade. As pessoas saem para beber. Não saem para se divertir. Saem para beber. Conhecer pessoas e quiçá conseguir o que não consegue sóbria. As raparigas parece que querem tomar o lugar dos rapazes de outros tempos. Elas ficam poderosas. Mini saias. Decotes. Vodkas. Muitas vodkas de preferência. Depois enrolam a fala. Caem nos saltos altos de 20cm (se sóbria, pelo menos para mim, já é complicado às vezes andar na calçada de saltos altos não quero imaginar, muito menos experimentar andar de saltos completamente a cair). Atiram-se ao primeiro rapaz que lhe aparece à frente. Nunca o viram na vida mas já é o homem especial. Dão o número de telemóvel e no dia a seguir queixam-se que o rapaz especial da outra noite é demasiado chato e que, imagine-se, nem se lembram da cara dele.
Mas não são só as raparigas. Os rapazes também é qual e qual.
Chamem-me de tudo (se quiserem experimentar ficar com um olho negro). Anti-social. Velha. Seca. Infeliz. Solidária. Posso ser isto tudo mas ainda prefiro estar num café. Beber um sumo (natural, de preferência). Conversar com os amigos. E, no dia a seguir, lembrar-me do que se passou na noite anterior.
Porque apanhar bebedeiras está na moda. Acho vergonhoso sair à noite só com o intuito de se embebedar. Beber por beber. Alguém me explica qual a piada?
Depois no dia a seguir queixam-se das dores de cabeça. Do vomitado na casa-de-banho ou no tapete do quarto. Só peço a Deus que um dia, quando tiver filhos, que o mundo esteja mudado e que apanhar bebedeiras não esteja na moda ou que eles não vão em modas.
E sim sou uma universitária que não gosta de se embebedar. Palmas ou lenços brancos para mim. Porque nem todos os universitários são "fixes".

(e não, infelizmente isto não é ficção e não é inventado da minha cabeça)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ciberjornalismo

Eu a pensar que sou uma jornalista a sério... quer dizer... uma Ciberjornalista neste caso!

http://eduardaalvesfcp.wix.com/ciberjornalismo 



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

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"Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor." - Clarice Lispector


Só porque é bom amar. É bom ser amada. É bom saber que amamos e que somos amados. É bom ser feliz. Muito feliz.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"É por isso que os seres humanos existem, para salvar uns aos outros de si mesmos”


Olhos. Boca. Sorriso. O cabelo emaranhado quando acaba de acordar. O mau-humor do bom-dia. O abraço apertado. O ombro amigo além do ombro de namorado. Ela apaixonou-se por ele há algum tempo atrás. O ar de ‘mauzão’ fez com que ela tivesse curiosidade de o conhecer. Conheceu-o e desde esse momento ela sabia que foi o melhor que poderia ter feito. O dia em que eles se beijaram pela primeira vez continua na memória dela. O sabor do beijo. A calma da água do rio. O calor daquela noite de verão. O cheiro à terra molhada vinda das margens do rio. Tudo continua na memória dela. Apaixonou-se desde a primeira vez que o viu. Mas amou-o no momento em que se beijaram. Amou-o como nunca amou ninguém. Amou-o por completo. Corpo e Alma. Interior e Exterior. Naquele momento ela soube que ele era dela. De mãos dadas. Com os dedos entrelaçados uns nos outros. Como se de duas correntes se tratassem. Prendem-se um ao outro. Sorriem um para o outro em qualquer lugar que passem. Imaginam-se, num futuro cada vez mais próximo, a comprarem roupas em lojas de bebés. Roupas iguais. Ele diz que quer gémeos. Ela diz que quer trigémeos. E riem-se um do outro com as barbaridades que lhes saem pela boca.  As pessoas que passam por eles olham-nos com olhos sorridentes. Vêem que eles se amam de verdade. Vêem que são um casal diferente dos outros. Que não se vão separar por uma picuísse qualquer mas, se um dia se tiverem de separar, irá ser por algo muito grave. Algo que nenhum deles esteja há espera. Ele sonha com o dia de a ver vestida de branco e ela sonha com o dia de percorrer o caminho da igreja a caminho do altar onde, ele estará à sua espera com aquele sorriso que lhe faz tremer as pernas.  Ela sabe que foi salva por ele no dia em que o conheceu. Dezanove de Agosto de 2011, há precisamente 2 anos, ele salvou-a do abismo porque: "é por isso que os seres humanos existem, para salvar uns aos outros de si mesmos.” Ele salvou-me naquela noite de verão. Naquele primeiro beijo. Sozinhos. Junto ao rio.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um clique aqui, um clique acolá

Observar. Focar. Clicar. É o momento em que observamos um objecto, o momento em que queremos eternizar as coisas tal e qual como elas estão. A sensibilidade. O cuidado de manter o diafragma mais aberto ou mais fechado. O cuidado com o tempo de exposição. O parar da respiração no momento de fotografar para que a imagem fique nítida. Mil e uma coisas a ter em conta mas apenas um objectivo: eternizar momentos. A fotografia tem destas coisas. Uns amam e outros odeiam. Quer dizer, será que alguém odeia a fotografia. Atrevo-me a dizer que não. Todos, de uma maneira ou de outra, gostam de fotografar. Gostam de recordar momentos. Gostam de relembrar o passado que já passou. Além de momentos relembram pessoas que já foram levadas pelo fantasma da morte. Quem nunca tocou numa fotografia? Quem nunca passou os dedos pelo papel, já muitas vezes amarelecido pelo tempo, com as lágrimas a quererem escapar dos olhos? Digam o que disserem mas, a fotografia tem algo de mágico. Um clique aqui, um clique acolá. Mais luz aqui, menos luz acolá. Ora mais focado de um lado ora desfocado de outro.
O momento de pegar na máquina (muitas vezes cuidada como se fosse a nossa própria vida) é o momento em que saímos deste mundo de todos. Do mundo que todos conhecem e entramos no nosso próprio mundo. Abstraímo-nos de tudo que é de todos. Os nossos pensamentos são todos voltados para aquele momento. Para o momento do clique mágico. Podemos passar horas a fotografar e nunca gostar do resultado obtido. Podemos passar horas a fazer edições mas, nunca nos cansamos.
E hoje é o dia mundial desta arte: Fotografia.
1000 vezes F O T O G R A F I A.
Mais que uma paixão.
Observar. Focar. Clicar. Eternizar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dinamite



Ela está coberta de combustível. Coberta de combustível e acompanhada de uma dinamite junto ao coração. O rastilho está espalhado pela sala. Pronto para que lhe cheguem fogo. Pronto a incendiar e provocar os últimos segundos de alegria dela antes de tudo acabar. A alma dela implora para que a incendeiem. Os olhos dela transmitem alegria. Felicidade. Ódio. Raiva. Excitação. Mil e um sentimentos. Ela quer que lhe cheguem fogo. Quer que alguém segure no isqueiro e o deixe cair como se por acaso. O corpo dela está em estado de excitação. Ela excita-se só em pensar na adrenalina de explodir. O cheiro a combustível vindo do corpo dela entranhasse-lhe no corpo. No cérebro. Ela sabe que a qualquer momento alguém vai deixar cair um isqueiro ou uma pirisca do cigarro por acaso, como sem querer. E sorri. Sorri como se tivesse prestes a realizar o seu sonho. O rastilho começa a arder. Uma última gargalhada. Um último suspiro e tudo acaba.

sábado, 13 de julho de 2013

Matilde



Matilde era morena de olhos da cor do mar e cabelo negro da cor do carvão. Bonita. Bem constituída. Solteira. Com um circulo de amizades imenso. Pensava ela. Pensava. Um dia ela viu que as pessoas que pensava que eram suas amiga afinal não o eram. Não a convidavam para nada. Não a convidavam para festas de anos, para festas numa discoteca ou mesmo para um passeio. Nada. Ela sentia-se cada vez mais só. Sem namorado e sem amigos. E chorava. Prometia para ela própria que tinha de rever as suas amizades. Rever os erros cometidos no passado. Lembrava-se de quando era convidada para tudo. 'Interesse.' Pensava  ela. E tinha razão. Num momento de reflexão aprendeu o que sempre soube. Só a convidavam por causa das boleias. Ou, se a convidassem recentemente para uma festa era porque não havia carros suficientes para toda a gente. E lá ia ela. Mais um soluço. Matilde não queria ver o que estava à frente dos seus olhos mas, no fundo, sabia que era verdade. Sabia que tudo não passava de uma questão de interesses. Chorava e chorava e chorava. Ninguém a compreendia. Matilde aprendeu que, afinal, a amizade não existe. O que existe são colegas. Colegas. E chorava novamente.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

"Este país não é para pobres"

Hoje o dia estava cinzento. Cinzento é uma boa palavra para descrever o dia de hoje e o frio da casa que ficou mais vazia. Hoje Portugal viu mais um dos seus cidadãos deixar o país. Foi às 13h30 que me despedi de mais um familiar. Um familiar que foi obrigado a abandonar o país que o viu nascer. O país que o abandonou. O país que não quer saber dele. O país que...
 Ele é o meu padrinho. Foi embora. Embora. Uma palavra tão difícil de dizer numa hora destas. Foi embora com a esperança de encontrar noutro lugar o que Portugal não pode oferecer. A esperança de uma vida melhor.
A casa que outrora estava cheia de vida. Com tios, primos, avós e netos. Fica vazia. Vazia. Sem vida. Triste. Como os pais que ficaram sozinhos na casa que outrora viam cheia. Tristes por verem o rebento mais novo obrigado a ir embora. Felicidade. Gargalhadas. Discussões. Parece tudo tão distante.
A despedida que se tem tornado um hábito começa a despertar sentimentos. Raiva. Frustração. Tristeza. Ódio. Mil e um sentimentos que me fazem deixar de acreditar neste Portugal. Neste país.
Ele foi embora como tantos outros. Leva no coração a tristeza, a esperança de uma vida melhor mas, sobretudo, a esperança de voltar um dia. Mas será que um dia vai valer a pena voltar? "Este país não é para pobres".

sábado, 18 de maio de 2013

colete salva-vidas precisa-se

Hoje apetece-me escrever sobre algo que está no pensamento de todas as pessoas, de todos os portugueses ou grande parte deles. Emigrar.
Estudamos, terminamos cursos, tentamos seguir o nosso sonho. Tentamos fazer aquilo que gostamos. Mas vivemos num país que não nos deixa. Vivemos num país que não nos deixa crescer. Não quer que sigamos os nossos sonhos. Não quer que lutemos. Vivemos num país que nos afunda e não nos dá sequer um colete salva-vidas para que nos possamos salvar. Estamos naufragados num país que parece que desistiu. Desistiu dos jovens, dos adultos e dos idosos. Desistiu de formar emprego. Desistiu da obrigação de cuidar  dos idosos. Vivemos num país que outrora foi a árvore mais bonita da europa e do mundo mas, agora, não passa de uma semente podre que ninguém quer plantar. Eu vivo nesse país chamado Portugal. Eu estudo como os jovens que querem lutar por um futuro melhor. Eu estou a estudar o que quero. Mas o meu país não me vai deixar seguir o que quero. O que vou ser quando acabar o curso? Uma jovem, licenciada, à procura de emprego onde as portas se irão fechar à medida que bata nelas. E o que vai acontecer? Emigrar. Emigrar, aquela palavra que para uns, inclusivé para mim, não fazia parte do dicionário começa a fazer sentido. Tentar encontrar um rumo noutro país que me ofereça um colete salva-vidas para não me deixar afundar. Para um país que acredite nos jovens. Para um país que não goze com os cidadãos. Porque é dificil todos os dia ver e ouvir testemunhos de vidas que outrora eram quase perfeitas e agora são miseráveis. O nosso país está a deixar que famílias se separem. Que os filhos cresçam sem um dos pais porque um deles, pelo menos, teve de emigrar. Que os avós envelheçam sozinhos porque os filhos tiveram de emigrar. Que os idosos morram sozinhos e que as crianças cresçam sozinhas. Este é o nosso país que está a ficar inundado e não oferece nenhum apoio para que possamos tentar salvarnos do afogamento que está cada vez mais próximo.
eduardaalves

segunda-feira, 13 de maio de 2013

ela

Sentou-se no banco do jardim e começou a soluçar. naquele momento via tudo turvo. a vida dela estava turva. Os sonhos dela estavam mais longe do que ela pensava. Mas que sonhos? Pensava ela entre as lágrimas que lhe escorriam pelos olhos. Ela tinha a vida que qualquer pessoa queria ter. Ela sabia disso. Mas ao mesmo tempo sabiaque não podia ser tudo perfeito. Ela estava cansada. Cansada de ter gente preguiçosa à sua volta. Gente que lhe empurrava o trabalho. Gente que não queria saber de nada. Gente que a prejudicava mesmo sendo ela a fazer sempre os trabalhos que lhes cabia a elas. Sentada no banco do jardim ela pensava em mandar tudo para o ar. Pensava em sair, sair daquela vida que tinha escolhido. Mas ela sabia que não podia. Ela estava a seguir o sonho dela e não podia desistir de nada por causa de pessoas preguiçosas.
Quando a brisa do vento lhe soprou na cara ela sabia que aquilo era um sinal. Um sinal que estava no caminho certo. Um sinal de que ia conseguir mesmo que tivesse o dobro do trabalho que os outros. Mesmo que demorasse mais tempo que os outros. Limpou as lágrimas. Olhou para o céu e pediu "Deus, ajuda-me a superar todos os obstáculos que se estão a colocar à minha frente. Se o que estou a passar é uma espécie de prova eu já provei que sou merecedora. Ajuda-me". Depois levantou-se e foi embora tendo a certeza que iria superar tudo o que lhe fosse posto à frente para superar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Comichão

Eles são felizes. Felizes não. Muito felizes. E é esta felicidade que provoca comichão a muito boa gente. Eles andam sempre juntos. De mãos dadas. Abraçados. Espiritualmente. Corporalmente. Não interessa da maneira que é. Ele está sempre no pensamento dela. Ela está sempre no pensamento dele. Eles não têm problemas em mostrar ao mundo o que sentem um pelo outro. Não têm problemas de dizerem aos amigos que acreditam no verdadeiro amor. No amor eterno. Que têm um amor como nos contos de fada. Eles não têm problemas de acreditar na eternidade junto um ao outro. Não têm problema de dizerem aos amigos o quanto se amam. Não têm problemas de amuarem à frente do outros. E fazer as pazes em seguida. Eles nunca se chatearam a sério. O máximo que lhes aconteceu foi ficarem uma noite sem se falarem mas por engano. Porque as novas tecnologias os puseram à prova. E ela pensou que ele estava chateado com ela. Ele pensou que ela estava chateado com ele. Mentira. Eles não vivem um sem o outro. Têm sempre novidades para contar um ao outro. Ele fica com ela quando ela está doente. Ele não sai do lado dela. Para ele, ela é uma princesa e para ela, ele é um príncipe. Eles, como escrevi em cima nunca se chatearam. Nunca. Ao contrário dos amigos que estão sempre chateados com os namorados/as. E isso provoca comichão a muita gente. Inveja. Ciúme. Cobiçam um amor igual ao deles. Mas, se alguém pensa que essa inveja os vai separar está muito enganado. Porque o amor deles pode provocar comichão a muita gente mas nada, nada os irá afastar um do outro. Porque a inveja dos outros só faz com que eles se apaixonem mais um pelo outro a cada dia que passa.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Maria

Ela era gorda. Gorda não, peço perdão pela minha falta de delicadeza. Comecemos de novo... Ela era uma rapariga cheínha. É isso cheinha... com curvas. Tinha 24 anos e era do signo sagitário. Alta, de cabelo preto, longo que lhe caiam pelas costas e esvoaçavam naquele vento de outono. Tinha olhos castanhos e usava um sobretudo, um gorro e um cachecol quase a esconder-lhe a cara. Maria, era o seu nome mas todos a tratavam por ''balão'' desde que engordou 100 kg em apenas quatro anos.
Ela não foi sempre cheinha. Pelo contrário. Foi e é uma jovem linda. Foi tão magra como as modelos que aparecem nas revistas de moda como a ''Cosmopolitan'' e a ''Vogue'', tinha andar de uma estrela como aquelas que vemos em Hollywood, tinha um namorado quase noivo que era perfeito... Mas, porque que Maria engordou aqueles malditos 100 kg no espaço de um ano se tinha tudo o que alguém do sexo feminino desejava? Deixou de se cuidar. Deixou de ter respeito pelos alimentos que ingeria, deixou de fazer exercício, tendo uma vida tão sedentário o mais possível. A vida dela começou a ser o sofá da sala em frente à televisão ou ao computador. O namorado farto daquela sua ''nova'' namorada deixou-a o que tornou a situação ainda mais complicada. Comia mais do que o costume e entrava em depressão.
Maria, agora com novas formas no corpo, não se reconhece mais ao espelho e todos os dias pergunta a si própria com os olhos fixados no espelho: ''quem és tu?'' mas, o espelho não dá qualquer resposta e Maria volta a chorar. Porém, Maria não faz nada para alterar a sua vida, apesar de ter perdido o seu corpo esbelto, o seu namorado perfeito e ficado com um andar pesado, Maria, continua todos os dias sentada no mesmo sofá, no mesmo lugar a ver os mesmos programas de televisão como se a sua vida tivesse terminado ali, como tivesse partido aos 20 anos de idade e  fosse impossível voltar...como se fosse um fantasma.