sábado, 19 de junho de 2010

O polvo

Ela, ela é uma mulher como tantas outras neste mundo tenebroso, onde existe sempre um polvo que com os seus tentáculos tentam agarrar tudo o que os outros possuem. Inveja, chama-se a isso inveja meus senhores e minhas senhoras. Mas, voltando a ela, ela foi vitima de um dos tentáculos desse polvo, quer dizer, ela deve ter sido vitima por todos os tentáculos do polvo.
Ela era feliz, tinha tudo o que precisava e, ironicamente ou não, tinha também encontrado o homem que a fazia feliz, tinha encontrado um amor que ela desconhecia, tinha escutado a voz que a chamava de mansinho durante as tantas e tantas noites em que ela, sem dar por isso, pensava nele. O amor por ele, não nasceu do dia para a noite, como muitos pensaram, antes pelo contrário, o seu subconsciente, tentava sempre dar-lhe sinais de que ela era apaixonada por ele, mas ela, estúpida não queria dar ouvidos ao seu subconsciente. Para ela, tudo não passavam de brincadeiras. Porém, numa noite, numa única noite, quando ela saiu com ele, ela viu que o seu subconsciente estava correcto, o coração dela batia velozmente, parecendo que queria saltar do seu peito para que este fosse ocupado pelo coração dele. E foi, durante algum tempo, ela teve o coração ou um pedacinho do coração dele, e ela ofereceu por completo o seu coração a ele.
Foi aqui que o polvo, que o/os tentáculo(s) do polvo entraram em acção. O que parecia um amor de verdade, transformou-se num amor fictício, num amor onde a palavra tristeza, onde a palavra mentira, entraram em acção. Porém ela não queria, por nada deste mundo, deixar de lutar, e corria, corria atrás das respostas para o que estava a acontecer, mas o que encontrava eram ainda mais perguntas. Ninguém a conseguia compreender, toda a gente dizia para ela desistir, até que ela, finalmente encontrou novamente o orgulho perdido e desistiu. Desistiu dele e… dela.
Ela agora, vive a ser feliz, quer dizer, tentando ser feliz. Porque quem tem a vida escrita num Pretérito Imperfeito nunca é feliz. Num pretérito imperfeito porque a vida passada dela está constituída apenas por verbos não de pretérito perfeito, mas de pretérito imperfeito.
O coração dela nunca chegou a voltar para o peito dela, no lugar dele, está um buraco profundo, onde a ferida não cicatriza porque sempre que ela pensa nele, o sangue jorra sob a ferida, deixando assim marcas profundas de tristeza e tormento.
E o polvo, esse continua a torturá-la com os tentáculos, porque mesmo sendo uma mulher incompleta, ainda existem pessoas a querer possuir tudo o que ainda lhe resta.

2 comentários:

  1. um dia o polvo terá de morrer. E nesse dia, talvez, ela voltara a ser feliz. Dando o seu coração a uma pessoa que realmente o mereça e não a uma pessoa que parece merecer o seu coração. podemos desistir de um amor, por muito maior que ele seja. não podemos é desistir de viver. e eu tenho a certeza que essa mulher nao irá desistir......

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  2. Um dia o polvo morre, mas pode ser que esse dia seja tarde demais. A mulher continua a lutar, mas as forças podem fragilizar-se. Mas tenho a certeza que a mulher vai ser feliz, e vai ter alguém que a ame de verdade (:

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