terça-feira, 7 de junho de 2011

... II

Ele não era mais um rapaz vulgar. Chamava-se Miguel. Como já disse era vulgar. Jogava futebol. As conversas dele com os amigos andavam à volta do futebol e de mulheres bonitas. Era parvo quase a todo o instante. Era alto. Moreno de olhos quase, quase pretos. Era misterioso. Talvez, fosse esse o factor chave para ela estar apaixonada por ele. Ela. Ela tinha uma beleza invulgar. Chamava-se Helena. Era alta. Morena e tinha olhos da cor do oceano. Ela conversava com as amigas sobre coisas de mulheres. De rapazes. De moda e Miguel gostava disso. Mas tinha um pensamento secreto. Ele. Miguel entrava no seu pensamento a todo o instante. Ela sabia que não podia dizer às amigas que gostava dele. Elas iriam gozar com ela. Por isso, Helena, guardava para ela aquele amor secreto. Olhava para ele com desejo. Com a adrenalina estar apaixonada por um rapaz vulgar.Mas havia um obstáculo que ela tinha de enfrentar. Ela, pensava que ele não olhava para raparigas como ela. Que ele não gostava de raparigas que só falassem de moda. Gostava de raparigas normais. Helena pensava no que iria fazer para chamar a atenção dele. Então, decidiu mudar radicalmente. Começou a fumar. A vestir-se de maneira diferente. De maneira vulgar. Começou a sair à noite. A embebedar-se com vodka preta. As amigas não a reconheciam. Então, ela começou a aproximar-se de outros rapazes para chamar a atenção de Miguel. À noite, ela chorava, pensava se valia a pena continuar a estragar a vida dela por um rapaz vulgar. E ele, ele pensava nela, pensava no porquê de ela agir daquela maneira. Um dia, Miguel decide dizer a Helena o quanto amava a Helena antiga. Ela, com as lágrimas nos olhos, disse-lhe que sempre o amou e que tinha mudado por ele. Que tinha mudado para chamar a atenção dele. E ele, beijando-a na face disse-lhe ''nunca mudes quem és por ninguém. Nunca vivas da sombra de ti mesma.'' . Helena percebeu que o rapaz vulgar, afinal, era muito mais invulgar que o que imaginava.

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